segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A anchova que afinal não é anchova…


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Pomatomus saltatrix, com cerca de um metro, na Praia das Escaleiras, Vila Nova, Terceira, Açores, em 13.08.2011.

Pomatomus saltatrix [Lineu, 1766]

Nome comum: Anchova, Enchova
Nome Inglês: Bluefish

Introdução

Os Pomatomus saltatrix são usualmente chamados de anchovas ou enchovas, mas este nome é comum a um outro peixe, o Engraulis encrasicolus, que forma grandes cardumes destas pequenas presas que constituem, tal como a sardinha, mais comum nas nossas águas, a base da cadeia alimentar de grandes predadores tais como os Pomatomus. Reparem na confusão que se pode gerar quando se refere uma anchova pensando num Pomatomus saltatrix e o interlocutor interpreta como sendo um Engraulis encrasicolus.


Foto de uma anchova Engraulis encrasicolus [1].

Descrição Geral [2]

Têm 8 ou 9 espinhos dorsais, 23 a 28 raios dorsais, dois ou três espinhos anais e 23 a 27 raios anais. Duas barbatanas dorsais, sendo a primeira pequena e baixa, com 7 ou 8 espinhos ligados por uma membrana. Dentes afiados e proeminentes, comprimidos numa única fileira. O dorso é azulado ou esverdeado e os lados e ventre são prateados.

Ocorrem tanto na costa como em águas oceânicas e preferem as águas límpidas e mar turbulento das praias com rebentação ou junto a promontórios rochosos, apesar de também ser comum encontrar adultos em estuários e portos de águas mais poluídas. Migram para águas mais quentes no inverno e mais frescas no verão. Encontra-se em todos os Oceanos excepto no Pacífico.

Os jovens podem ser encontrados em cardumes, em águas costeiras baixas, perseguindo e atacando pequenos peixes, enquanto que os adultos andam em grupos dispersos, sozinhos ou associados a tubarões ou outros grandes predadores como os Marlins, Espadartes e outros, atacando cardumes de presas, crustáceos e cefalópodes em muito maior escala que aquela que seria necessária para os alimentar.

As anchovas são troféu de pesca desportiva comuns, mas é necessário cuidado ao manusear este peixe voraz e agressivo pois pode morder ferozmente.

 

[1] Fotografia MNHN 2004-0584, do GICIM Database of the Muséum National d'Histoire Naturelle, in «Pictures available for Engraulis encrasicolus» (online), citado em fishbase.org, disponível em http://www.fishbase.org/Photos/ThumbnailsSummary.php?ID=66, consultado em 12.09.2011.

[2] Texto da Descrição geral traduzido e adaptado de «Pomatomus saltatrix (Linnaeus, 1766)» (online), em fishbase.org, disponível em http://www.fishbase.org/Summary/SpeciesSummary.php?id=364, consultado em 15.09.2011.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Morfologia das barbatanas [peixes ósseos]

 

Esquema das barbatanas

Legenda

[a] Primeira barbatana dorsal espinhosa [localizada no dorso]
[b] Segunda barbatana dorsal mole
[c] Barbatana caudal [fim da região posterior do corpo]
[d] Barbatana anal  [localizada após a abertura do ânus]
[e] Barbatana anal  [porção espinhosa]
[f] Barbatana anal [porção mole]
[g] Barbatana pélvica ou ventral [localizada antes da abertura do ânus]
[h] Barbatana peitoral [localizada junto das aberturas branquiais]

Descrição Geral [1]

As barbatanas, para além de serem órgãos externos que permitem a locomoção e equilíbrio dos peixes constituem também uma das formas de identificação e diferenciação das diferentes espécies.

Existem dois conjuntos agrupados pela sua paridade:

  • as dorsais [a] [b], caudais [c] e anais [d], de número ímpar;
  • as pélvicas [g] e peitorais [h], de número par.

As barbatanas dorsais e anais são extensões da camada profunda da pele [derme] que são suportadas por uma armação que as sustém da mesma forma que as varetas de um guarda-chuva.

Estas armações chamadas lepidotríquias são escamas modificadas e nos peixes ósseos [os que aqui são tratados], são compostas por queratina. Cada segmento das lepidotríquias é chamado de espinho [e] quando é rígido e raio [f] quando é mole.

As peitorais e ventrais são ósseas e têm origem nos membros dos mamíferos.

[1] Fonte «Barbatana», in Wikipédia (online), disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatana, consultado em 01.01.2011.