Anemonia viridis fotografada na Pedra do Leão, Sesimbra em 19.09.2010.
Anemonia viridis [Forskål, 1775]
Nome comum: Anémona-do-mar
Sinónimo: Anemonia sulcata [Pennant, 1777]
Descrição Geral [1]
Estas anémonas têm cerca de 200 longos tentáculos [normalmente de 100 a 120 mm podendo chegar aos 180 mm de comprimento], bastante robustos, flexíveis e embora possam ser totalmente recolhidos para dentro do corpo [já observado em aquário], não são habitualmente retrácteis. Estão cobertos de pequenas células chamadas cnidoblastos ou cnidócitos que contêm os nematocistos que são cápsulas urticantes que estas anémonas utilizam para defesa e alimentação. Por baixo dos tentáculos está o corpo [ou coluna] cilíndrico do pólipo propriamente dito que é composto por um pé adesivo que pode ter cerca de 70 mm, mais amplo do que a coluna que é geralmente curta mas normalmente mais alta do que larga, lisa e ligeiramente cónica.
Esta anémona vive em simbiose com um tipo de algas [zooxantela] localizadas nos tecidos dos tentáculos e que lhes confere a sua coloração verde-clara pela realização da fotossíntese. Estas algas são essenciais à sua sobrevivência a longo termo.
A coluna é geralmente avermelhada ou castanho-acinzentada, geralmente mais escura em cima, por vezes com estrias pálidas irregulares. O disco basal (ou pé) é castanho ou acinzentado, geralmente tem linhas brancas radiais. Os tentáculos são verde-claro ou cinza acastanhado com as pontas arroxeadas ou rosadas. Alguns tentáculos podem ter uma linha longitudinal mais clara, ou mais raramente, serem totalmente de cor bordeaux, principalmente os que estão mais afastados da boca. Ocasionalmente podem encontrar-se indivíduos mais claros, esbranquiçados ou amarelados devido à falta de realização da fotossíntese das zooxantela.
Para além de obterem substâncias nutritivas produzidas por essas algas, alimentam-se de crustáceos, pequenos peixes e camarões que capturam com os seus tentáculos urticantes também utilizados para levar o alimento para a boca com movimentos ondulantes. Como em quase todos os cnidários, as Anemonia viridis não têm ânus e como tal, os dejectos são regurgitados novamente pela boca. Apesar de serem maioritariamente sésseis, quando são sujeitas à privação de nutrientes, estas anémonas descolam o seu disco basal e avançam para novos locais em busca de mais alimento.
Durante a época de acasalamento, de Junho a Agosto, o esperma é liberado pelas gónadas [que ocupam cerca de 6 a 12% da massa da anémona] no fluxo de água e recebido pelos óvulos. As algas zooxantela são transportadas dentro do óvulo feminino para a próxima geração. A anémona-do-mar é ovípara, ou seja, os ovos são colocados fora do corpo da mãe. Este processo de reprodução sexual é menos comum que o processo de cisão longitudinal assexuada. A cisão longitudinal é uma divisão literal da anémona. Após a separação, cada uma das duas resultantes tem um anel simples e incompleto de tentáculos. As duas novas anémonas têm uma boca descentrada para iniciar o consumo de alimentos. Muitos dos tecidos internos são duplicados antes do processo de divisão real. A cisão longitudinal divide a anémona lateralmente, começando pelo disco basal. O processo de cisão total acontece de forma relativamente rápida, leva entre 5 minutos a 2 horas. [2]
Distribuem-se pela zona infralitoral da costa em locais bem iluminados, até cerca de 20 m de profundidade e principalmente em zonas de forte exposição à acção das ondas mas também em locais abrigados. Pode também ser encontrada nas poças, fixa em rochas, em folhas de zostera ou em algas diversas, É incapaz de suportar condições prolongadas de frio extremo.
Comum em todas as costas do sudoeste da Europa e Mediterrâneo é abundante na costa sul e oeste das Ilhas Britânicas, estendendo-se para norte, até metade da Escócia.
[1] Traduzido e adaptado de KLUIJVER, M.J. de & INGALSUO, S.S., «Anemonia viridis (Snakelocks anemone)», in Macrobenthos of the North Sea – Anthozoa (online), disponível em http://nlbif.eti.uva.nl/bis/anthozoa.php?selected=beschrijving&menuentry=soorten&id=90, consultado em 5.12.2010.
[2] Traduzido e adaptado de «Anemonia viridis (Forskål, 1775)», in Encyclopedia of Life (online), disponível em http://www.eol.org/pages/421055, consultado em 5.12.2010.
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