Sargo veado fotografado na Pedra do Leão, Sesimbra em 19.09.2010.
Diplodus cervinus [Lowe, 1841]
Nome comum: Sargo Veado
Descrição Geral [1]
Os sargos veados têm o a cabeça relativamente cónica e lábios grossos. Possuem dez a doze incisivos no maxilar superior e oito no maxilar inferior, uma a três [geralmente duas] séries de pequenos molares na parte de trás de cada maxila e não têm molares antes dos incisivos. Nas brânquias têm oito a dez rastros branquiais inferiores e sete a nove superiores. Têm ainda 51 a 62 escamas na linha lateral até ao pedúnculo caudal.
De cor cinza prateada ou dourada, distinguem-se dos outros sargos pelas cinco bandas transversais largas e escuras de cor achocolatada no dorso e por uma área escura que começa na bochecha e vai até ao espaço interorbital [espaço entre os olhos], passando pelo olho. A parte anterior do focinho também é mais escura e possui ainda uma pequena mancha na axila da barbatana peitoral. A barbatana pélvica também é mais escura e as restantes são acinzentadas, tornando-se mais escuras quanto mais distantes do corpo estiverem.
Pode atingir 55 cm mas tem em média 30 a 35 cm.
É gregário, formando grupos de 4 a 5 indivíduos, e omnívoro, alimentando-se de algas e pequenos invertebrados.
O seu habitat é infralitoral [2], de águas costeiras e fundos rochosos [no Atlântico, pode ser encontrado entre 30 a 80 m] e também em fundos lodosos no Mediterrâneo [dos 25 aos 300 m].
Distribui-se pelas zonas mais quentes do Mediterrâneo embora esteja ausente no Golfo de Lion, no Adriático e no Mar Negro. No Oceano Atlântico, encontra-se desde o Golfo da Biscaia até Cabo Verde, Madeira e Canárias.
A reprodução ocorre entre Janeiro e Abril. Nesta espécie os indivíduos são unissexuados [dioicia] e a fertilização é externa [a fêmea liberta os óvulos na água (desova), onde o macho também liberta os espermatozóides], espalham os ovos pelo substrato em águas abertas e não tomam conta deles.
[1] Traduzido e adaptado de «Fishes of the NE Atlantic and the Mediterranean, Zebra sea bream (Diplodus cervinus)», in Marine Species Identification Portal (online), disponível em http://species-identification.org/species.php?species_group=fnam&id=1892, consultado em 26.11.2010.
[2] O andar infralitoral estende-se desde o limite inferior do andar mediolitoral (zona das marés) até à profundidade compatível com a existência das algas fotófilas [isto é, as que necessitam de luz] ou das angiospérmicas marinhas. Neste andar apenas uma pequena parte fica a descoberto na maré baixa e na costa portuguesa vai até aos 20-24m de profundidade. In SALDANHA, Luiz (1997), Fauna Submarina Atlântica, 3ª ed., Publicações Europa-América, p.19.
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